PORNOGRAFIA E LOGOTERAPIA
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Quando seu filho ou filha teve acesso a conteúdos adultos: como conversar sem culpa nem condenação
A descoberta de que uma criança ou adolescente teve contato com conteúdos adultos pode gerar uma tempestade emocional nos pais: medo, culpa, vergonha, raiva. Mas antes de qualquer reatividade, é essencial lembrar que esse momento delicado pode se transformar em uma oportunidade valiosa de diálogo, educação emocional e fortalecimento do vínculo familiar. Este artigo, fundamentado nos princípios da Logoterapia de Viktor Frankl, tem como objetivo orientar pais e cuidadores a lidarem com essa situação com escuta empática, responsabilidade e propósito.
Letícia Santana
19.maio.2025 | Tempo de leitura: 10 minutos
PORNOGRAFIA E LOGOTERAPIA
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Quando seu filho ou filha teve acesso a conteúdos adultos: como conversar sem culpa nem condenação
A descoberta de que uma criança ou adolescente teve contato com conteúdos adultos pode gerar uma tempestade emocional nos pais: medo, culpa, vergonha, raiva. Mas antes de qualquer reatividade, é essencial lembrar que esse momento delicado pode se transformar em uma oportunidade valiosa de diálogo, educação emocional e fortalecimento do vínculo familiar. Este artigo, fundamentado nos princípios da Logoterapia de Viktor Frankl, tem como objetivo orientar pais e cuidadores a lidarem com essa situação com escuta empática, responsabilidade e propósito.
Letícia Santana
19.maio.2025 | Tempo de leitura: 10 minutos
Quando o susto bate
Imagine a cena: você descobre que seu filho ou filha, por meio da internet, redes sociais, colegas ou mesmo pela televisão, teve acesso a conteúdos impróprios para sua idade. O primeiro impulso pode ser o de bronca, proibição ou punição. No entanto, segundo os fundamentos da logoterapia, é no momento de crise que somos chamados a responder com significado. Viktor Frankl ensina que o ser humano é livre para escolher sua atitude diante das circunstâncias. Nesse caso, a atitude empática, acolhedora e educativa faz toda a diferença.
Escutar antes de julgar
Em vez de partir para o confronto, respire. Acolha seu filho ou filha com escuta ativa, sem julgamento. Pergunte o que ele(a) viu, como se sentiu, se teve dúvidas ou se algo o(a) deixou confuso(a) ou assustado(a). Evite frases como “Você fez errado!” ou “Isso é nojento!”. Prefira: “Quero entender como isso aconteceu” ou “Estou aqui pra te ajudar a compreender o que você viu”.
Ao abrir espaço para o diálogo, você se torna um porto seguro. Estudos mostram que crianças que conversam com seus pais sobre sexualidade e limites têm mais autonomia, autoestima e senso de responsabilidade sobre seus corpos e relações. E mais: a conversa precoce e adequada a idade reduz a influência de fontes externas desinformadas ou distorcidas.
Oportunidade de educar e orientar
Esse episódio, por mais desconfortável que pareça, pode ser um ponto de partida para educar. A orientação não deve ser apenas sobre o “não pode”, mas sobre o que é apropriado para cada fase do desenvolvimento, os riscos do consumo precoce de pornografia e a importância de preservar a intimidade, o respeito e a dignidade nas relações humanas.
Explique, com linguagem acessível, que a pornografia não retrata relações reais, saudáveis ou respeitosas. Além disso, reforce que há conteúdos que são produzidos de forma ilegal e exploratória, e que acessar esse tipo de material não é apenas impróprio, mas também perigoso.
A Logoterapia nos ensina que, mesmo em situações traumáticas, é possível encontrar sentido. Use esse momento para reforçar valores como respeito, responsabilidade e amor-próprio. A presença de um adulto consciente pode marcar profundamente a forma como a criança vai se relacionar com o próprio corpo e com os outros.

Reoriente com afeto e firmeza
Depois da conversa, é fundamental estabelecer limites claros sobre o uso da internet e redes sociais. Ferramentas de controle parental podem ser úteis, mas não substituem a presença afetiva. Oriente a criança a evitar acessos futuros e a se afastar de pessoas que compartilham esse tipo de material. Reforce que, sempre que surgir uma dúvida, o lugar seguro é dentro de casa, com você.
Acima de tudo, lembre-se: você não precisa ser um especialista em sexualidade infantil para conversar com seus filhos. Você precisa ser presente, escutar e estar disposto(a) a aprender com eles também. Seu exemplo arrasta mais que suas palavras. E, como nos lembra Frankl, não é o que nos acontece que importa, mas o que fazemos com o que nos acontece.

Conheça a Santosclín
A Santosclín é a primeira clínica de Psicologia e Logoterapia do Vale do Paraíba, oferecendo um atendimento humanizado em psicoterapia e acessível para quem busca equilíbrio emocional, propósito de vida e autoconhecimento. Nossa missão é diminuir o índice de ansiedade e depressão da cidade em que atuamos, proporcionando um espaço acolhedor onde cada pessoa possa encontrar sentido para sua existência.
Na Santosclín, acreditamos que a transformação começa no interior de cada um. Se você busca um novo olhar sobre a vida, estamos aqui para caminhar com você!
Referências bibliográficas:
-
- Frankl, V. E. (2008). Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Vozes.
- Franco, C. M. L. (2007). O sentido da vida e a logoterapia. Paulus.
- Rinaldi, F. (2021). Pornografia e infância: riscos, danos e prevenção. Editora Telha.
- Sociedade Brasileira de Pediatria (2022). Uso da Internet por Crianças e Adolescentes: orientações para Famílias. SBP.
- American Academy of Pediatrics (2019). Talking to Children About Sexuality: Guidelines for Parents