IRMÃOS E LOGOTERAPIA
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Primogênito, do meio e caçula: o papel da ordem de nascimento na formação da identidade familiar
A dinâmica familiar exerce influência profunda na formação psicológica e emocional de uma criança. A ordem de nascimento é um fator que, muitas vezes ignorado, molda a forma como cada filho percebe o mundo, se relaciona com os pais e desenvolve sua identidade. Este artigo busca explorar como a posição de primogênito, filho do meio ou caçula influencia a formação do sujeito, considerando a perspectiva da logoterapia e da busca pelo sentido. Com base em estudos psicológicos e observações clínicas, analisaremos as características típicas de cada posição e como os pais podem agir de forma mais consciente em sua função educativa e afetiva.
Letícia Santana
19.maio.2025 | Tempo de leitura: 10 minutos
IRMÃOS E LOGOTERAPIA
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Primogênito, do meio e caçula: o papel da ordem de nascimento na formação da identidade familiar
A dinâmica familiar exerce influência profunda na formação psicológica e emocional de uma criança. A ordem de nascimento é um fator que, muitas vezes ignorado, molda a forma como cada filho percebe o mundo, se relaciona com os pais e desenvolve sua identidade. Este artigo busca explorar como a posição de primogênito, filho do meio ou caçula influencia a formação do sujeito, considerando a perspectiva da logoterapia e da busca pelo sentido. Com base em estudos psicológicos e observações clínicas, analisaremos as características típicas de cada posição e como os pais podem agir de forma mais consciente em sua função educativa e afetiva.
Letícia Santana
19.maio.2025 | Tempo de leitura: 10 minutos
A ordem importa
Desde os estudos de Alfred Adler, a ordem de nascimento tem sido vista como um dos fatores determinantes na formação da personalidade. Embora não seja uma ciência exata, observa-se padrões comportamentais e afetivos distintos entre filhos primogênitos, do meio e caçulas. Ao longo do desenvolvimento infantil, os filhos passam a interpretar o seu papel dentro da família a partir da interação com os pais e com os irmãos, e essa interpretação molda seu senso de valor, identidade e sentido.
O filho primogênito é, geralmente, aquele que inaugura a experiência da parentalidade. Por isso, é criado em um ambiente onde os pais ainda estão aprendendo, errando, tentando e se esforçando para fazer o melhor. Isso gera filhos que, com frequência, são mais disciplinados, mais exigentes consigo mesmos, e têm uma grande capacidade de liderança e resiliência. O primogênito é o pioneiro, o que abre caminhos. Essa posição gera um senso de responsabilidade elevado, que pode tanto empoderar quanto sobrecarregar.
O filho caçula, por outro lado, nasce em um sistema familiar mais amadurecido. Os pais, já com mais experiência, tendem a estar mais seguros em suas escolhas e mais conscientes em suas atitudes. Com isso, o caçula pode receber uma educação mais afetiva, mais aberta ao diálogo e à compreensão. Ao mesmo tempo, pode encontrar menos espaço para se destacar, visto que os irmãos mais velhos já ocuparam muitas das posições de protagonismo dentro da família. Por isso, o caçula tende a desenvolver criatividade, senso de humor e uma busca por atenção através de formas mais espontâneas.
O filho do meio, muitas vezes esquecido no imaginário popular, é o que vive uma realidade mais ambígua. Não tem o pioneirismo do primogênito nem a “novidade” do caçula. Justamente por isso, desenvolve habilidades únicas: senso de neutralidade, capacidade de mediação, empatia, escuta ativa e criatividade para se destacar de forma autêutentica. São filhos que, muitas vezes, aprendem a viver entre extremos e, com isso, cultivam uma visão mais ampla do mundo.
A logoterapia nos ensina que todo ser humano busca sentido, e que as condições em que crescemos influenciam, mas não determinam, nossa existência. Os pais têm a oportunidade de exercer uma parentalidade mais consciente, compreendendo as peculiaridades de cada filho, em vez de aplicar um modelo homogêneo de educação. Reconhecer que o primogênito precisa de espaço para descansar da responsabilidade, que o do meio precisa se sentir visto e reconhecido, e que o caçula também pode ser um líder, é parte de uma parentalidade com sentido.

Ao adotarem uma postura intencional e refletida, os pais ajudam seus filhos a não apenas se adaptarem ao mundo, mas a se tornarem protagonistas de suas histórias. E assim, independentemente da ordem de nascimento, cada filho pode encontrar sua singularidade e seu sentido de vida.

Conheça a Santosclín
A Santosclín é a primeira clínica de Psicologia e Logoterapia do Vale do Paraíba, oferecendo um atendimento humanizado em psicoterapia e acessível para quem busca equilíbrio emocional, propósito de vida e autoconhecimento. Nossa missão é diminuir o índice de ansiedade e depressão da cidade em que atuamos, proporcionando um espaço acolhedor onde cada pessoa possa encontrar sentido para sua existência.
Na Santosclín, acreditamos que a transformação começa no interior de cada um. Se você busca um novo olhar sobre a vida, estamos aqui para caminhar com você!
Referências bibliográficas:
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- Frankl, V. E. (2008). Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Vozes.
- Adler, A. (1993). Entendendo a natureza humana. São Paulo: Martins Fontes.
- Bettelheim, B. (1987). Uma vida para seu filho. Rio de Janeiro: Campus.
- Dolto, F. (2003). O evangelho à luz da psicanálise. São Paulo: Paulinas.
- Vitor Frankl Institute. (2023). Viktor Frankl Archive. https://www.viktorfrankl.or